1915, UM ANO DEFINITIVO PARA A HISTÓRIA DE CACIMBINHAS/OUTUBRO - PinheirOnline

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1915, UM ANO DEFINITIVO PARA A HISTÓRIA DE CACIMBINHAS/OUTUBRO

1915, UM ANO DEFINITIVO PARA A HISTÓRIA DE CACIMBINHAS/OUTUBRO

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Por Luiz Antônio Nikão Duarte, jornalista (4429/RS) e professor universitário*

Outubro de 2015 marca o centenário da mudança de nome Cacimbinhas para Pinheiro Machado. É portanto, o mês que deflagra o movimento armado de resistência ao arbitrário “Ato número 30”, baixado pelo intendente provisório NEY DE LIMA COSTA e tornado público no dia 30, um sábado. É a data da infâmia que percorre um século, espalhando para todos os munícipes um desagravo à figura de JOSÉ GOMES PINHEIRO MACHADO, o senador morto por FRANCISCO MANÇO DE PAIVA COIMBRA em 8 de setembro de 1915.

Importante ressaltar que a culpa incutida irresponsavelmente pelo provisório à toda a comunidade, e hoje estendida às gerações sucessoras da do início do século passado, não se justifica. Também é preciso lembrar que reagir à mudança do nome, pelas razões apresentadas, não representa ignorar a importância do político gaúcho que marcou sua vida pública pelo idealismo em defesa do sistema republicano. Em 1915, Cacimbinhas dispunha-se a homenageá-lo, dando seu nome a uma rua ou praça, mas, para o intendente de plantão, a “terra de Manço de Paiva” precisava ir além. Com os poderes que então exercia, ir além lhe era fácil. E assim nasceu o “Ato 30”, em que os considerandos sobre o nome original da cidade o reduziram à insignificância, para justificar os que endeusavam o morto ilustre.

Recorrendo a esse antagonismo artificial, Costa não hesitou em ofender os cacimbinhenses, em agrado aos poderosos estaduais, particularmente ao presidente em exercício, SALVADOR PINHEIRO MACHADO, que era irmão do senador assassinado. Mas o intendente ansioso por agradar os governantes estaduais não contava que a indignação dos moradores da então vila seria crescente, organizada e com liderança assumida pelos próceres republicanos locais. Sim, o movimento que surgiu frente à mudança bajulatória foi absorvido e liderado pelos representantes históricos do mesmo Partido Republicano Rio-grandense (PRR), dos irmãos Pinheiro Machado e de BORGES DE MEDEIROS. Hostilizadas pelo provisório, essas lideranças, representadas por JOÃO PEREIRA MADRUGA, JOÃO MARIA BARBOSA, HIPPÓLYTO RIBEIRO JUNIOR e JOÃO AMÉLIO NOGUEZ foram os agentes da reação.

O enfrentamento entre as facções levaria ainda quase dois meses para acontecer: se daria em 19 de dezembro de 1915 e ultrapassaria o ano para que uma solução possível (a pacificação) fosse alcançada. A solução esperada (retomar o nome original do município), ainda é um ideal distante, o que impõe a triste constatação de que a infâmia persiste.

*Pesquisador adjunto: Bernardo de Souza Duarte, jornalista (14.670/RS)
(Nas imagens, telegramas enviados desde Cacimbinhas para as autoridades estaduais, em defesa da mudança do nome do município.
Crédito: reproduções feitas no Instituto Histórico e Geográfico do RS, acervo de Borges de Medeiros).

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