Mainardi: Todos pela retomada do Castelo - PinheirOnline

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Mainardi: Todos pela retomada do Castelo

Mainardi: Todos pela retomada do Castelo

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Uma das coisas que mais admiro em Bagé é a História do município. E, particularmente, o seu rico patrimônio arquitetônico.

Quando administramos a cidade, entre os anos de 2001 e 2008, por conta da consciência da importância cultural, social e econômica do conjunto de prédios, fomos em busca de patrocínios para recuperar e restaurar os principais prédios públicos do município. Investimos, em conjunto com as parcerias, mais de R$ 10 milhões em prédios como o Centro Administrativo, Prefeitura Municipal, Imba, Casa de Cultura, Palacete Pedro Osório, Museu Dom Diogo e na Vila de Santa Thereza.

E foi neste projeto da vila do Visconde de Ribeiro Magalhães que conhecemos e aprendemos a admirar o trabalho do ex-ministro Luiz Fernando Cirne Lima que, à época, presidia o grupo Brasken. Homem comprometido com as coisas do Rio Grande, Cirne Lima foi, certamente, um dos executivos que mais se utilizou das leis de incentivo à cultura para espraiar pelo Estado uma grande onda de investimentos privados no fortalecimento das mais diferentes formas de manifestações culturais. E, a partir desta identidade que nos unifica para além de qualquer outra questão, estamos juntos, com um qualificado grupo de pessoas que nutrem os mesmos sonhos, buscando encontrar alternativas para viabilizar a execução de um projeto de recuperação e de sustentabilidade para o Castelo de Assis Brasil.

O atual estágio de conservação daquela importante obra histórica, cultural e arquitetônica, com seu valiosíssimo acervo, representativo de uma época importante do passado rio-grandense, nos preocupa. Realizamos uma audiência pública em Pelotas, que será seguida de outras em Bagé e Porto Alegre, estamos atualizando os orçamentos para uma intervenção emergencial que ao menos estanque o acelerado processo de deterioração do patrimônio que o Castelo guarnece e, em breve, estaremos formatando o projeto de captação de recursos.


As cicatrizes do castelo


Conta a História que Joaquim Francisco de Assis Brasil, político, escritor, inventor e líder agropecuarista gaúcho, teria impedido o conserto de uma vidraça do castelo de Pedras Altas, quebrada durante a invasão dos chimangos, na revolução de 93, sob a justificativa de que "toda a casa deve ter as suas cicatrizes".

O castelo, erguido por ele no início do século passado, quando decidiu morar no campo e oferecer conforto à segunda esposa, a portuguesa Maria Lídia, está cheio de cicatrizes. Depositário de importantes momentos da História Gaúcha, o castelo, encravado nas planícies do Pampa, serviu de laboratório para diversos experimentos que impulsionaram a pecuária e a agricultura gaúcha. Foi, por exemplo, porta de entrada para os animais das raças bovinas Devon e Jersey, ovinas Karakul e Ideal e equina Árabe, introduzidas no País por Assis Brasil.

O legado do diplomata, deputado federal e ministro de Getúlio, encontra-se em avançado estágio de deterioração, fruto da ação do tempo. Colocado à venda pela família, necessita de urgente intervenção para que possamos preservar uma parte importante de nossa memória, notadamente dos tempos em que vivíamos entre guerras e revoluções. E que, também construíamos, na política, acordos de paz, como o que pôs fim à Revolução de 23, celebrado no Castelo de Pedras Altas. 

Nosso mandato, junto com lideranças como Luiz Fernando Cirne Lima e Raul Pont, está envolvido na causa. Criamos, com técnicos do Iphan, do Iphae e pessoas com ligações afetivas com o local e compromisso com a preservação do patrimônio material e imaterial do Estado, o Grupo em Defesa do Castelo de Assis Brasil.

Estamos mobilizando a opinião pública gaúcha e nos organizando para buscar os recursos necessários para adquirir a propriedade do prédio e das terras, assim como para promover o restauro do local.

Precisamos "curar as cicatrizes" do Castelo de Assis Brasil e transformá-lo num lugar público onde possamos aprender com o nosso passado.
 

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