Por: Frank Pereira
Em novembro do
ano passado, nas dependências da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, foi
realizada uma reunião com a participação de membros dos Poderes Executivo e
Legislativo municipais, acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão
Ambiental e membros da comunidade pinheirense, com a reitoria daquela
instituição. Reunião esta que tinha como principal objetivo a discussão da
manutenção do polo da Universidade em Pinheiro Machado. Na oportunidade foi
entregue às mãos do reitor um abaixo-assinado com aproximadamente mil (1000)
assinaturas de pessoas da comunidade, pessoas estas que manifestaram interesse
totalmente positivo na manutenção da unidade em nossa cidade, não só com o
curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, mas também com a possibilidade da
vinda de novos cursos, pessoas estas que em sua maioria são alunos do ensino
médio e que estão ainda sem opção definida para a continuidade das suas vidas
escolares e que, com certeza, teriam uma chance maior com a permanência da
entidade em Pinheiro Machado, não havendo a necessidade de se deslocarem para
outras cidades vizinhas ou até irem embora da sua terra natal para continuarem
estudando.
A conclusão
dessa reunião já foi divulgada em outra matéria na mídia local, mas em resumo,
as solicitações e argumentações solicitadas pela comitiva de Pinheiro Machado,
foram negadas.
Os argumentos que
foram colocados pela reitoria não condizem com a realidade, pois a mesma alega
que a extinção do curso de TGA na cidade, bem como o provável fechamento da
unidade, seria por questões econômicas. Algo que é totalmente condenável! Desde
quando os custos com educação devem ser considerados como despesa? Educação é
investimento no futuro do nosso País! Tais argumentos servem para mostrar que
“estão economizando alfinetes” em detrimento do desenvolvimento de uma região
que se encontra geográfica e estrategicamente bem posicionada para ser um pólo
educacional a servir os municípios do entorno.
Nove meses após
esse encontro, mais especificamente no dia onze (11) de agosto deste ano, uma
comitiva pinheirense, composta pelo Prefeito Municipal, Secretária de Educação
e membros da comunidade foram recebidos novamente pela reitoria da Universidade
em Pelotas, agora pela vice-reitora. Infelizmente nada mudou em relação a
reunião anterior. Não nos deram expectativa alguma.
Uma pena
realmente!
Talvez a
reitoria não saiba o quão importante se faz para uma região a manutenção da
Universidade em nossa cidade. Provavelmente a reitoria não saiba também dos
projetos que estão sendo desenvolvidos por acadêmicos do Curso Superior de
Tecnologia em Gestão Ambiental da unidade de Pinheiro Machado em parceria com o
Departamento Municipal de Meio Ambiente, projetos estes como o de
“Reaproveitamento do óleo de cozinha”, o de “Aquisição de lixeiras para coleta
seletiva”, este último em parceria com o Poder Judiciário e também com empresas
privadas do Município. A reitoria com certeza não deve saber das palestras que
estão sendo ministradas por acadêmicos do curso e por servidores do
Departamento Municipal do Meio Ambiente, nas escolas da cidade e do interior,
as quais têm como meta conscientizar a população estudantil sobre a
problemática do lixo na cidade. Palestras estas que têm como tema “Educação
Ambiental frente a má disposição do lixo na cidade”, também destacando sobre o
processo de coleta seletiva que está por ser implantado nesta municipalidade.
Também não devem saber que está por se instalar no Município uma indústria para
a produção de pellets, a qual projeta um investimento inicial de
U$ 220 milhões. O estudo do impacto ambiental e liberação das licenças devem
começar a partir de agosto deste ano. As obras devem começar no 2º semestre de
2015, com a oferta de 1500 empregos na fase de construção. O início previsto
das operações é para o ano 2017. Com o fábrica em funcionamento, deverão ser
200 empregos diretos na fábrica e 600 no manuseio industrial. Com certeza a
necessidade de profissionais na área ambiental fica bastante evidente.
As questões citadas no
parágrafo acima são algumas que demonstram a necessidade da permanência da
unidade da UFPel em nossa cidade, vindo ao encontro do desenvolvimento econômico
e sustentável do Município e também da região.
Sou suspeito
para falar, pois visto a camiseta do curso de Gestão Ambiental, mas é clara e
notória a influência que a Universidade tem, através dos seus professores e
alunos da unidade de Pinheiro Machado, tanto na mudança de hábitos das pessoas,
como também na tomada de decisões relacionadas a questão ambiental municipal,
colaborando em audiências públicas, na elaboração de planos ambientais.
Portanto,
gostaria que estas linhas chegassem até a reitoria da Universidade Federal de
Pelotas e que a mesma pensasse melhor sobre a questão, olhando com outros olhos
a manutenção da unidade em Pinheiro Machado.
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