Soja e pecuária encontram harmonia em Pinheiro Machado - PinheirOnline

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Soja e pecuária encontram harmonia em Pinheiro Machado

Soja e pecuária encontram harmonia em Pinheiro Machado

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Por: Cássia Medronha
cassia.medronha@diariopopular.com.br


 (Foto: Jô Folha - DP)
(Foto: Jô Folha - DP)
Pecuaristas de Pinheiro Machado encontram na soja uma aliada para as áreas de pastagem do município. Na localidade de Torrinhas a agropecuária Candiotinha, de Paulo Roberto da Silveira, integra a cultura do grão de verão deixando a palhada no solo após a colheita. A pastagem emerge em ressemeadura natural de azevém ou incorporação de aveia assim que colhido o soja. O gado entra a pasto nas mesmas áreas e, ao final do engorde dos terneiros, também é deixada a resteva para plantio direto do grão, completando harmoniosamente o ano com as duas atividades.
O diferencial da integração foi percebido tanto na nutrição dos terneiros, que ganharam um ano para terminação, com média de 500 kg na idade de dois anos, quanto na produtividade da soja, que dobrou em rendimento de sacos por hectare.
Sojicultor há 38 anos, Paulo está em Pinheiro Machado desde 1988 e passou muito trabalho com a cultura até encontrar a cultivar adequada e um manejo rentável. A partir de 1991, com o plantio direto, começou a perceber a diferença de 20 para 40 ou mais sacos por hectare. "Uma coisa completa a outra", traduz ele com suas palavras.
Além dele, o benefício envolveu familiares e vizinhos. Com 900 hectares ao todo, ele trabalha com o filho, Paulo Roberto da Silveira Filho, e o sobrinho Otávio Silveira. Mais da metade das áreas administradas é de vizinhos pecuaristas que beneficiam seus rebanhos com a decomposição da planta de soja no solo, que agrega matéria orgânica e fixação de nitrogênio.
Na pecuária, a integração foi percebida nos concursos de terneiros da raça hereford, em que os pecuaristas da região de Pinheiro Machado conquistaram os primeiros lugares em reconhecimento ao ganho rápido de peso.

Avanço do grão
O crescente avanço do cultivo do grão, percebido em todo o Estado e principalmente na região sul, teve aumento significativo também no município. Em oito anos a área plantada aumentou em 900%, de 300 para 3 mil hectares em Pinheiro Machado. Em todo o RS o aumento foi de 3,8 milhões para 4,9 milhões de toda a área no mesmo período.
O município é reconhecido pela pecuária, ovina e bovina, por plantações de florestas e apresenta aptidão para oliveiras e vitícolas. A soja, apesar de estar presente nas últimas décadas, não possui tradição no cultivo do grão.
"Hoje é uma facilidade para o cultivo a questão da transgenia e a tecnologia avançada", esclarece o Paulo Filho, comparando a realidade atual com a de anos anteriores. Recentemente ele aderiu ao cultivo de soja para complementar a pecuária. O pensamento e a prática devem ser igualmente compartilhados com os quase 100 agricultores locais que compareceram à Primeira Abertura Oficial da Colheita da Soja em Pinheiro Machado, realizada na terça-feira (22) na Agropecuária Candiotinha.

A iniciativa do evento, que serviu como Dia de Campo, é da Câmara de Vereadores de Pinheiro Machado, com apoio da prefeitura, da Secretaria de Agricultura e de empresas parceiras. A família de Paulo é um exemplo, pois começou como pequeno agricultor e passou por todas as dificuldades da adaptação à região e ao mercado, e se recuperou do endividamento da soja com a soja.
O município tem uma certa vantagem comercial em relação ao Norte do Estado por estar localizado a 160 quilômetros do Porto de Rio Grande, com vantagem na logística de escoamento. Além disso o município tem arrecadação anual de R$ 35 milhões, sendo 60% arrecadados das comercializações das florestas plantadas. "Essa cultura tende a acabar ou pelo menos diminuir à medida que for vendida, temos que motivar os produtores locais com uma cultura rentável tanto para eles como para o município", lembra o vereador, acrescentando que a soja agrega retorno para o município em relação à movimentação de comércio, empregos e investimentos empresariais.

Colheita no RS
Apesar do tempo instável em determinados períodos da semana, os produtores conseguiram avançar nos trabalhos de colheita, fazendo com que o percentual de área colhida alcançasse 70% sobre o total plantado no Rio Grande do Sul. A Emater/RS estima que a colheita se encerre até o final deste mês ou no máximo no início de maio.
Quanto à produtividade, esta oscila conforme a situação enfrentada em relação ao clima. Na média geral, se mantém nos 2.700 kg/ha. A qualidade também não tem apresentado problemas, salvo casos isolados e pontuais. Neste sentido, o preço médio da saca de 60 kg, em âmbito estadual, teve variação de -1,72%, com a mesma sendo vendida a R$ 62,19 durante a última semana.

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