2º Distrito de Piratini, Passo do Moinho
Repórter
do JTR percorreu a região e falou com responsáveis para saber a real
situação de trafegabilidade em estradas municipais, vicinais e rodovias
Se por um lado a chuva faz a felicidade de
produtores, que tem abundantes produções e consequentemente uma maior
rentabilidade, de contrapartida ela também se torna um empecilho
imensurável na trafegabilidade em estradas municipais, vicinais e
rodovias. O índice de precipitações que em algumas regiões ultrapassou
os 700 milímetros nestes quatro primeiros meses do ano, aliado às
centenas de reclamações de munícipes, instigou a reportagem do Jornal
Tradição Regional a percorrer as cidades da região para retratar a real
situação vivenciada pela população.
Durante a semana passada, os municípios de Canguçu,
Candiota, Pinheiro Machado e Piratini foram visitados, com a intenção
de elucidar os problemas que muitas pessoas descrevem no local em que
residem. No entanto, ficou comprovado que estas dificuldades ocorrem em
âmbito regional, atingindo toda a metade Sul do Estado. De forma geral,
as estradas vicinais destes municípios foram as mais afetadas,
ressaltando que todos os gestores indicaram as intensas chuvas atípicas
para esta época do ano como a maior adversidade encontrada na tentativa
de solucionar o problema. Confira a
Canguçu
Secretaria responsável: Desenvolvimento Rural;
Secretário: Cleider da Cunha Menegone;
Extensão de estradas vicinais: aproximadamente 8 mil quilômetros;
Patrulha de máquinas: 14 motoniveladoras; 12 retroescavadeiras; 16 caçambas.
Em Canguçu, cidade com maior extensão territorial
das averiguadas, a situação encontra-se mais precária nas localidades
Rincão do Progresso e Santo Antônio, 3º Distrito, e na Colônia Palma e
arredores, 5º Distrito. Entre as alegações do secretário Cleider
Menegone, está o documento nº 6.011/2013, assinado pelo prefeito, Gerson
Nunes, no dia 31 de outubro do ano passado, decretando Situação de
Emergência em toda a Zona Rural e parte da Zona Urbana, devido a uma
forte enxurrada, que culminou com a destruição de 31 pontes de madeira
do interior.
Deste montante, 28 foram reconstruídas
provisoriamente com verba da prefeitura, mas Menegone pretende
substituí-las por novas pontes de concreto, caso seja firmada a verba
buscada junto ao Ministério da Integração Nacional. No que diz respeito à
frota de máquinas no cumprimento das demandas, o secretário falou: “Nós
precisamos ampliar o maquinário disponível, pois estamos trabalhamos
com equipamentos totalmente defasados. Temos uma patrola da década de
60”.
Candiota
Secretaria responsável: Obras, Serviços Públicos e Trânsito;
Secretário: Artemio Parcianello;
Extensão de estradas vicinais: aproximadamente 1,2 mil quilômetros;
Patrulha de máquinas: quatro motoniveladoras; cinco caminhões truck; três carretas; quatro retroescavadeiras;
Por ter uma das maiores jazidas de carvão mineral
do país, possuindo 38% de todo o carvão nacional, a cidade de Candiota
destaca-se por ser uma exceção no caso analisado, não enfrentando
grandes transtornos com as chuvas. O gestor da Secretaria de Obras,
Serviços Públicos e Trânsito, Artemio Parcianello, salientou que
cascalheiras legalizadas de Pinheiro Machado, Pedras Altas e do próprio
município propiciam uma maior durabilidade dos serviços praticados.
Conforme o secretário, estas ações costumam ocorrer
ainda no verão, quando teoricamente o clima é mais ameno. “Priorizamos
investir na drenagem e embueiramento nessa época. Porém, neste ano, o
grande volume de chuva tem dificultado o trabalho”, assegura.
Parcianello finaliza comentando dificuldades que são superadas neste
processo. “Torna-se um trabalho moroso, pois às vezes temos que buscar
material de cascalheiras que ficam a 80 km da cidade. Então preferimos
nos prevenir, efetuando uma boa ação agora, do que sofrer com a chegada
do inverno”.
Pinheiro Machado
Secretaria responsável: Obras, Viação e Trânsito;
Secretário: Afrânio Azambuja dos Santos;
Extensão de estradas vicinais: aproximadamente 2 mil quilômetros;
Patrulha de máquinas: quatro motoniveladoras; seis retroescavadeiras; seis caçambas;
No município conhecido como Capital da Ovelha,
diversos pontos são considerados preocupantes. Todavia, o mais grave é
na ERS-608, que liga Pinheiro Machado a Pedras Altas, próximo à
localidade conhecida como Rodeio do Colorado. No local, que fica perto
da sede da cidade, dezenas de automóveis de grande porte e passeio ficam
atolados a cada chuva. O maquinista Antônio Francisco, 52 anos,
condutor da motoniveladora da empresa ICCILA, vencedora da licitação
para pavimentação da rodovia, mostrou-se decepcionado com a atual
situação. “A única coisa que posso fazer é puxar os carros, se atolarem.
Isto se repete reiteradas vezes. Somente nesta semana, tive que remover
mais de 30 veículos”.
Se autodenominando “técnico e não político”, o
secretário de Obras, Viação e Trânsito, Afrânio Azambuja, não teve
receio ao indicar quais eram os piores pontos do interior. “A região do
Passo do Machado, de Torrinhas, Passo da Olaria e Corral de Pedra são os
mais atingidos”, acredita. Azambuja sustenta que tentou subsidiar o
trecho da ERS-608, mas o auxílio foi dispensado pelo Departamento
Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). “Enviamos um ofício informando
que poderíamos cuidar daquele ponto, pois estamos tendo muito prejuízo
com o deslocamento de servidores para ampararem automóveis atolados.
Contudo, foi dito que não era necessário”.
Piratini
Secretaria responsável: Infraestrutura e Logística;
Secretário: Carlos Alberto da Rosa Reyes;
Extensão de estradas vicinais: Aproximadamente 7 mil quilômetros;
Patrulha de máquinas: cinco motoniveladoras; cinco retroescavadeiras; seis caçambas;
Com uma extensão territorial três vezes maior que
Pinheiro Machado, e um maquinário praticamente idêntico, Piratini tende a
ser um dos mais afetados com o elevado índice de precipitação. Para
complicar mais a situação, duas das 16 máquinas encontram-se em
manutenção. O fato gera transtornos ao secretário Carlos Alberto Reyes,
popularmente conhecido como “Vaquinha”.
O gestor se desanima ao saber que não tem uma
máquina para cada distrito. “Temos cinco distritos, e com a
motoniveladora que estragou, fiquei apenas com quatro. Não há nem mesmo
como enviar uma para cada lugar”. A frustração aumenta ao receber
diariamente reclamações de produtores e pecuaristas que, ao pressionarem
o poder público para melhores condições de trafegabilidade para o
escoamento de produções, acabam culpando Reyes pela situação.
Corede Sul comenta precariedade nas vias
O presidente do Conselho Regional de
Desenvolvimento da Região Sul (Corede Sul), e ex-prefeito do município
de Canguçu por dois mandatos, Cássio Mota, comentou brevemente sobre as
condições encontradas na Zona Rural da região: “Muitas das 22 cidades
que fazem parte do Corede Sul estão sendo prejudicadas pelo clima. Por
isto estamos viabilizando meios de subsidiá-las, a fim de diminuir este
problema”.
Cideja busca verba para estradas
O atual prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador,
ainda ocupa o cargo maior do Consórcio Público Intermunicipal de
Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do
Rio Jaguarão (Cideja), formado pelos municípios de Pinheiro Machado,
Hulha Negra, Candiota, Aceguá, Pedras Altas, Piratini e Herval. De
acordo com Folador, já foi firmada a vinda de R$ 250 mil para cada uma
das sete cidades integrantes do Cideja. A verba será utilizada na
recuperação de estradas vicinais e municipais.
Além disso, o prefeito anuncia que será pleiteado
pelo Consórcio mais recursos do governo federal, visto os estragos
causados pelas ações climáticas. “Tentaremos incluir esta causa na Fase 3
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), que será lançado em
junho. Para isto, já contamos com o apoio da bancada gaúcha, que
previamente demonstrou interesse”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários passam por moderação e caso não enquadrem-se na política de comentários serão rejeitados.
De maneira alguma será uma forma de barrar a participação dos leitores, mas sim como ja foi dito, de manter um debate de alto nível. Caso tenha dúvida consulte a Política de comentários.
Ao escrever, pense como se o proprietário do blog. E que você pode ser responsabilizado judicialmente pelos comentários.
Mesmo assim, antes de comentar, procure analisar se o seu comentário tem realmente algo em comum com o assunto em questão.
Comentários em tom ofensivo, ou que acusem diretamente pessoas envolvidas ou não nas postagens não serão publicados.
Obrigado e não deixe de comentar.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.