Médico cubano pode ser deportado após denúncia do Simers - PinheirOnline

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Médico cubano pode ser deportado após denúncia do Simers

Médico cubano pode ser deportado após denúncia do Simers

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Folador e Pimenta estão em Brasília para pedir arquivamento da representação 

Prefeito e deputado protocolaram ofício no Ministério da Saúde 

Tentar salvar uma vida, objetivo precípuo do profissional médico e previsto no juramento de Hipócrates, pode ter custado caro a Maikel Ramirez Valle, cubano que veio ao Brasil trabalhar pelo programa federal Mais Médicos. Por atender a um paciente em estado grave, no Hospital de Candiota, ele acabou denunciado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), visto que só poderia atuar em postos do programa Estratégia Saúde da Família (ESF). Como o médico que estava de plantão veio a Bagé acompanhar um paciente, e o substituto estava atrasado, Valle foi chamado em casa para atender. 

Ao perceber a urgência do quadro, encaminhou o paciente para o Pronto-Socorro da Santa Casa de Caridade. Quando o doente chegou, o médico responsável pela internação percebeu que a requisição não continha o número do registro profissional. E comunicou o Simers. De acordo com o presidente do Simers, Paulo Argollo, a versão informada ao Sindicato é outra: "A informação que nós temos é de que não tinha nenhum médico atrasado", disse. Perguntado se o profissional poderia abandonar o plantão, respondeu: "Ele pode acompanhar o paciente e torcer para que não haja uma ocorrência grave na sua ausência". 

Mas houve. Argollo não estava a par de todas as informações sobre o caso. Sem saber que o paciente havia morrido, comentou: "Outra informação que chegou até nós é de que o quadro do paciente não era tão grave". Quando o repórter o noticiou o fato, confessou: "Realmente eu não sabia da gravidade do quadro".  

Extradição 
O Simers denunciou o caso à Polícia Federal (PF), Ministério da Saúde, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho. Caso a investigação da PF constatar que Valle agiu irregularmente - mesmo tentando salvar uma vida - ele pode ser deportado para Cuba. E o Ministério da Saúde pode expulsá-lo do programa Mais Médicos. Para evitar que isso aconteça, o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, e o deputado federal, Paulo Pimenta, foram a Brasília, no Ministério da Saúde, protocolar um ofício solicitando o arquivamento da representação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers). "Nós acreditamos no bom-senso do Ministério. Por que corporativismo tem limite", alegou Folador. O presidente do Simers disse, ainda, que informou estes órgãos que havia um médico estrangeiro, não habilitado, exercendo medicina ilegalmente. "Não sabíamos se era cubano ou de qualquer outra nacionalidade. Sabíamos que era estrangeiro pertencente ao programa federal e que não tinha autorização, o que caracteriza exercício ilegal da medicina. 

E isso é motivo de deportação. E a informação que nós temos é de que ele fez um plantão de 24 horas", reforçou Argollo. Valle só poderia atuar em posto de saúde do ESF sob supervisão. Em entrevista concedida na segunda-feira, o diretor técnico do Hospital de Candiota, Alexandre Davila, confirmou que o paciente precisava de atendimento urgente. E como só havia um único profissional na cidade, Valle foi chamado, pois os demais médicos não moram em Candiota. O prefeito Folador informou que o cubano tem acompanhado a repercussão pela imprensa e que está acuado. A reportagem tentou contato com Valle, mas ele preferiu não conceder entrevista.  

Sindicato 
Quando o governo federal anunciou o programa Mais Médicos, a fachada espelhada do prédio do Simers, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, foi coberta por uma enorme bandeira com os dizeres: "Médicos estrangeiros no Brasil: falsa solução para enganar a população." O presidente Paulo Argollo sempre foi contra ao programa, mesmo tendo declarado, em 2002, que Cuba possui os melhores serviços em saúde da América Latina. País, inclusive, onde se formaram seus filhos no ano de 2005, e que entraram na justiça contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pedindo R$ 20 mil por danos morais, por que a instituição se recusou a validar o diploma de ambos. Na época, não existia o Revalida, e cada universidade fazia a sua própria validação. Atualmente, Argollo não concorda com a "importação" de médicos cubanos, e é a favor do Revalida para profissionais que venham daquele país. Fonte: www.viomundo.com.br  

Cosems emite nota de apoio à Candiota 
O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) manifestou apoio ao município de Candiota através de uma nota emitida na tarde de ontem. O documento assinado pelo presidente Luís Carlos Bolzan, que é secretário da Saúde em Novo Hamburgo, diz o seguinte: "A decisão da Secretaria, em atender uma urgência com o objetivo de preservar a vida, mostrou seu comprometimento com a saúde da população. O Cosems/RS lamenta as reiteradas posturas corporativistas que menosprezam o direito inquestionável ao atendimento à população e atacam, sistematicamente, o serviço público de saúde, demonstrando descomprometimento com a saúde e a preservação da vida".

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