Ação do Conselho Tutelar ocorreu ontem à tarde na Santa Casa de Bagé
Com a ajuda da Brigada Militar, o Conselho Tutelar cumpriu uma determinação de acolhimento de uma criança recém-nascida, expedida pela 2ª vara criminal e juizado da infância e da juventude da comarca de Bagé. Um bebê de apenas três dias teve de ser retirado dos pais, pois ambos são usuários de crack.
A criança nasceu na última segunda-feira, na Santa Casa de Caridade. Como a mãe é viciada em crack, o bebê já nasceu com abstinência. Ao receber a denúncia, o Conselho imediatamente solicitou à juíza responsável uma determinação de acolhimento. Ontem à tarde eles foram ao hospital buscar o bebê.
De acordo com uma das conselheiras, que preferiu não se identificar, elas chamaram a Brigada para protegerem a integridade física deles, visto que o pai é muito violento. "No primeiro dia de visita ele já apareceu drogado, sem falar coisa com coisa, com os olhos vermelhos. Sorte que ele não estava lá ontem, pois nosso temor era o pai", relatou. Confessou que foi difícil explicar para a mãe a situação de perder, ainda que temporariamente o filho, mas que no fim ela acabou entendendo. Agora ela deverá ser encaminhada para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD).
O bebê foi acolhido pela Casa do Guri, já que os pais não possuem familiares nem conhecidos na cidade. Os conselheiros tentaram fazer contato com parentes de fora, mas eles têm medo de acolher a criança, pois o pai pode usar de violência para retirar deles.
Agora a justiça vai decidir se o menino retorna para a mãe, fica com algum familiar ou será encaminhado para a adoção. A juíza responsável pelo caso determinou que a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social faça um estudo social junto ao núcleo familiar do recém-nascido.
"No primeiro dia de visita ele já apareceu drogado, sem falar coisa com coisa, com os olhos vermelhos"
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